segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Minha casa, minha vida...em República!


Depois que encerrou o primeiro semestre de faculdade eu e Ed resolvemos sair do pensionato e alugar uma casa.
Não briguei com a Dona Lu, apenas achei melhor morar só mesmo. Era o filho saindo de casa mais uma vez.
O que mais motivou foi a necessidade da liberdade mesmo. Quando se mora no pensionato, existem regras , horários e tudo tem que ser respeitado.
Graças a Deus não tive problemas com isso, mas senti que era hora de desfrutar de novas experiências.
Bom, a primeira casa que morei foi uma diversão, pra não dizer uma tragédia. Acertamos tudo durante as férias, a dona informou que iria fazer reforma na casa. No dia que retornaríamos para casa a dona avisou que ainda não estava pronta, mas informamos que precisávamos voltar por causa das aulas.
Voltamos assim mesmo, mas quando chegamos nos deparamos com a casa sem portas no banheiro e ainda em processo de reforma.
Ainda não tínhamos muitos móveis nem utensílios. A dona cobrou taxa para usar a geladeira dela.
Imagine tomar banho, fazer as famosas e concentradas necessidades, no banheiro sem porta e ainda com o pedreiro na porta, digo, na frente, esperando você terminar para continuar a reforma.
Lembro que a geladeira não funcionava então resolvemos usa-la como armário. Colocávamos o aparelho de DVD dentro dela enquanto não tínhamos cômodos.
Mas eu me divertia com tudo. A gente tinha TV e internet pelo menos, só não tinha banco pra sentar e usufruir.
Lembro de um conselho do amigo de Ed sobre como usar o computador: “Puxem a cama e sentem na beirada”. A ideia seria ótima se a gente tivesse cama e não somente colchão.
Tinha outras republicas que usavam o bujão de gás como banco.
Consegui trazer um fogão de duas bocas que ficava na quitinete de minha mãe. Imagine que esse fogão foi meu companheiro durante mais de cinco anos. Se com uma boca se vai a Roma, com duas se faz muita coisa, como feijoada, caranguejada, caldos e por que não um banquete?
No primeiro dia de casa conhecemos a vizinha, Cacau. Morava sozinha no terceiro andar. A gente morava no primeiro, a dona com a família no segundo e a Cacau no terceiro. No primeiro dia o papo já foi pesado. Conversamos um monte de pornografias.
O que não sabíamos é que de um dos quartos a dona que morava em cima conseguia ouvir tudo.
No dia seguinte fomos chamados atenção.
Com o tempo descobri que não era a gente que falava alto, a dona que ouvia tudo mesmo.
Em seis meses mudamos de casa!
Morar em República requer compromissos que eu aprendi com o tempo. Fazer feira, sempre separar dinheiro para pagar as contas, não deixar a pia suja pois seu colega também usará etc. A questão das contas a pagar, minha mãe me ensinou a ser organizado. Ela sempre cobrava de mim e sempre odiou dever a alguém. A parte do cuidado com a casa demorei muito para aprender.

Um comentário:

  1. esse juru sempre saindo de casa, a ultima vez foi indo para Salvador e deixando orfão os amigos de Ilhéus, pare de fazer as pessoas sofrerem com sua partida rpz

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