quinta-feira, 26 de julho de 2012

Adeus mamãezinhas...


Aqui começa minha história. Depois de arrumar as malas o dia todo, fingindo que estava encarando a mudança muito bem, caio no choro quando entro no carro do meu primo.
Era madrugada quando ouvi a buzina na porta de casa e levantei para embarcar na minha primeira partida, saindo de Porto Seguro e indo morar em Itabuna em um pensionato onde não conhecia ninguém.
A última imagem que tenho daquele dia é de minhas duas mães, com quem sempre morei, com as cabeças encostadas na parede de minha casa chorando. Foi triste, a vontade era de ficar, de querer parar o carro,
O que me deixou um pouco mais tranquilo é que essa primeira ida, duraria apenas dez dias porque era próximo da páscoa e já estava certo de que eu voltaria pra passar com a família, mas o coração doía porque sabia que isso não iria acontecer sempre.
Eu tinha 17 anos, estava indo fazer cursinho . Como todo adolescente no fundo curtia aquela idéia de mudança, de independência. Criava mil fantasias do que iria acontecer, já que estava indo para um lugar onde não devia satisfação a ninguém.
No primeiro momento pensei em acender um cigarro, fumar como forma de liberdade, de poder tudo. Mas nunca tive coragem de verdade pra comprar um no bar da esquina.
Eu , mesmo com uma imaginação variada, não tinha noção do que iria acontecer nos próximos anos da minha vida.
Com a imagem das minhas mães apenas na memória , o carro já distante, me acalmei. Não tinha mais volta. Já estava decido. Pronto meu primo, vamos rumo à Itabuna.

Um comentário:

  1. Tudo que é novo, normalmente, causa medo e insegurança. As experiencias de vida só aumentam. As historias vão se escrevendo, amigos, amores, decepções, expectativas... tudo isso vivemos, parece que mais intensamente, quando estamos fora de casa! Muito bom!
    E a saudade?
    Só aumenta... na verdade ela vai se transformando. No começo, a maneira que eu sentia saudade é diferente da saudade que sinto hoje, não quero dizer que ela diminuiu, quero dizer que ela se transformou, de uma maneira que cada ligação, cada e-mail, cada conversa na internet tem muito mais emoção.
    Mas, se eu pudesse escolher, eu escolheria viver tudo isso perto de minha mãe!

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